OBJETIVO -/- O estudante de Zootecnia e de Veterinária, quando se depara com a produção animal, um dos pilares importantes é a reprodução, uma vez que é a perpetuação da espécie, seja para gerar filhas de uma vaca campeã em produção leiteira e de um touro com rusticidade e com aptidão produtiva de corte, ou mesmo para reposição de um plantel, o mesmo deve estar consciente de que esse ramo é de extrema responsabilidade, já que estará intimamente lidando com a (...) vida e com um investimento que pode gerar lucros em demasia para a propriedade ou, se mal feito o manejo da reprodução, trazer sérios transtornos para a mesma. -/- Nesse trabalho, o estudante revisará os sucessos da puberdade e estacionalidade reprodutiva relacionando-os com os processos endócrinos e os fatores que afetam sua manifestação como os nutricionais, para compreender a maneira ao qual podem ser manipuladas. -/- -/- • _____INTRODUÇÃO -/- A puberdade marca o início da vida reprodutiva do animal, permitindo integrar o indivíduo ao seu ciclo produtivo. A estacionalidade é uma característica de adaptação que algumas espécies desenvolveram para fazer garantir a eficiência da reprodução e a sobrevivência dos filhotes. -/- -/- • _____PUBERDADE -/- A puberdade é atingida quando o animal é capaz de produzir e liberar gametas viáveis e funcionais (férteis). Na fêmea esse fato ocorre na primeira ovulação, que geralmente coincide com a manifestação do comportamento do cio; e nos machos durante a primeira ejaculação com espermatozoides viáveis. -/- Do ponto de vista da produção animal, puberdade prematura ou precoce, é importante para poder permitir a incorporação dos animais ao ciclo produtivo o mais rapidamente possível. No caso de touros holandeses, por exemplo, é desejável que produzam sêmen precocemente para incorporá-los a prova de progênie; nas fêmeas, entretanto, deve-se considerar que nem sempre é conveniente usar o primeiro ciclo ou cio para reprodução. É o caso das marrãs (porcas primíparas), onde é benéfico esperar até o segundo ou terceiro estro para aumentar o tamanho da ninhada. Também pode ser vantajoso esperar que o indivíduo alcance sua maturidade sexual, que ocorre quando a fêmea consegue se reproduzir sem sofrer efeitos adversos. A ovelha nascida na primavera, por exemplo, pode engravidar no outono seguinte e dar à luz no primeiro ano de vida, mas seu crescimento pode ser afetado; o mesmo ocorre com a novilha, em que o acasalamento precoce pode promover distorcia por falta de desenvolvimento pélvico. -/- A puberdade é um processo gradual e está intimamente relacionada à taxa de crescimento e ao metabolismo energético. O recém-nascido usa energia para funções vitais, principalmente termorregulação; esse feito se deve ao fato de os jovens possuírem uma superfície corporal muito elevada em relação ao seu volume. Durante o desenvolvi-mento subsequente dos tecidos também há prioridade no uso de nutrientes, que inicialmente favorecem o desenvolvimento do tecido ósseo e muscular, e uma vez que estes atingem determinado tamanho de acordo com as condições genéticas do indivíduo, inicia-se o desenvolvimento do tecido adiposo, que é indicativa de um reservatório de energia. É importante ressaltar que existe uma interação entre a genética e o meio ambiente, de forma que o potencial genético só será expresso se o meio ambiente for favorável. -/- Para que a ovulação ocorra, é necessário considerar o funcionamento do eixo hipotálamo-hipófise-gonodal. O aumento da frequência pulsátil do GnRH hipotalâmico e em consequência do LH hipofisário provoca a maturação do folículo em nível gonodal, o que aumenta a produção de estrógenos. O aumento dos estrogênios causa, por feedback positivo no hipotálamo, a liberação do pico pré-ovulatório de LH e, consequentemente, a ovulação. Na fase pré-púbere, a frequência dos pulsos de GnRH e LH é muito baixa e insuficiente para provocar a maturação folicular, pois o hipotálamo é inibido e, portanto, não ocorre ovulação. -/- A geração pulsátil de GnRH no momento reprodutivo adequado para desencadear o início da puberdade depende de uma rede neural complexa que, além dos neurônios GnRH, inclui outros neurônios e células da glia; ele também integra vários sinais internos e externos para o corpo. A morfologia dos neurônios GnRH também é única, uma vez que seus dendritos também podem funcionar como axônios, dando-lhes uma função distinta. A geração de pulsos também indica a necessidade de sincronização entre subpopulações de neurônios GnRH, que, acima de tudo, parece ser extrínseca a esses neurônios e envolve múltiplos hormônios e neurotransmissores -/- Se dois níveis de conexões aferentes são considerados, estima-se que cada neurônio de GnRH pode ser conectado a cerca de cinco milhões de outros neurônios; milhares de genes, então, podem estar envolvidos no processo da puberdade. A importância funcional e hierárquica de cada um desses genes no controle dos neurônios GnRH, juntamente com outros fatores neuronais e gliais, pode diferir entre as espécies. Existem, no entanto, componentes fundamentais que parecem ser comuns a todos os mamíferos e que se situam nos níveis hierárquicos mais elevados, ajudando a compreender a progressão do processo puberal. Assim, todas as espécies de mamíferos estudadas, por exemplo, têm aglomerados de neurônios kisspeptinérgicos (que secretam kisspeptina), envolvidos na regulação da secreção tônica e secreção cíclica de GnRH, que também se classifica como o elemento mais alto na hierarquia desse complexo neuronal após considerar os neurônios GnRH. -/- Sabe-se que o eixo hipotálamo-hipofisário-gonodal está ativo desde as primeiras fases da vida do indivíduo, mesmo antes do nascimento em certas espécies. A secreção de GnRH, no entanto, é suprimida mais tarde no desenvolvimento e permanece dessa forma até o período pré-púbere, quando será reativada gradualmente. -/- Por várias décadas, a supressão e reinicialização dos pulsos de GnRH foi atribuída a uma hipótese conhecida como teoria gonadostat que afirma que o centro tônico do hipotálamo é inibido devido à sua sensibilidade ao mecanismo de feedback negativo dos esteroides gonodais, é aumentado; portanto, o GnRH e a consequente secreção de gonadotrofinas (FSH e LH) são insuficientes para a ocorrência da maturação folicular e espermatogênese. Essa sensibilidade diminui progressivamente à medida que a puberdade se aproxima. -/- Sabe-se agora que existem fatores não gonodais que agem em paralelo com os esteroides para mediar mudanças no feedback negativo que também são específicos da espécie. -/- Na fêmea, o centro gerador de pulso cíclico também deve ser considerado, o qual é responsável por iniciar a primeira ovulação. O centro cíclico é composto por uma segunda subpopulação de neurônios GnRH que é reativada por meio de uma complexa interação entre vários sistemas neuronais inibitórios (que devem reduzir progressiva-mente sua influência) e outros sistemas excitatórios, que, por sua vez, operam por meio de diferentes neurotransmissores, como o ácido γ-amino-butírico (GABA) e seus receptores, glutamato, óxido nítrico e neuropeptídio Y (NPY). Esses fatores, juntamente com as alterações morfológicas observadas nos neurônios do GnRH à medida que a puberdade se aproxima, e com as interações e sinais aferentes das células gliais, levam a um padrão de progressão linear que culminará na reativação do centro cíclico. Esse processo era conhecido anteriormente como teoria da maturação central e faz parte das mudanças que configuram o processo para chegar à puberdade. A elevação nas concen-trações de estradiol subsequente à reativação gradual do centro gerador de pulso tônico GnRH provavelmente permitirá a maturação final do centro cíclico. -/- A forma como cada organismo estabelece o momento certo para iniciar as mudanças que levam à puberdade é conhecido; a existência de algum mecanismo neurobiológico que constitui um relógio interno pode ser considerada. No entanto, esse mecanismo afetaria principalmente o desenvolvimento neuronal no nível central; também seria difícil compará-lo com a maneira pela qual fatores externos ao indivíduo afetam o início da puberdade. Nessa perspectiva, um sistema que permita receber informações completas sobre o crescimento e desenvolvimento do indivíduo poderia ser mais prático. Os mediadores desse sistema incluem o hormônio do crescimento, IGF-I, leptina e outros substratos metabólicos. A leptina em particular, que sinaliza as reservas de tecido adiposo, é um dos elementos mais importantes e, embora não determine quando começa a puberdade, se atua como fator permissivo para que o processo progrida, uma vez que excede um nível limite. A consideração do estágio de desenvolvimento do animal para o início da puberdade era anteriormente conhecida como o peso corporal crítico ou teoria do lipostato. É importante considerar que as três teorias mencionadas não são exclusivas. -/- O mecanismo da puberdade nos machos é semelhante ao já descrito; entretanto, deve-se lembrar que no macho o centro cíclico não está ativo. À medida que a puberdade se aproxima, o crescimento testicular é desencadeado e, em ruminantes e suínos, o pênis que estava preso à mucosa prepucial é gradualmente liberado. -/- -/- • _____FATORES QUE INFLUENCIAM A PUBERDADE -/- Os animais podem manifestar a puberdade de três formas diferentes. Pode ser tardia e o animal demorar para estar apto a reprodução; precoce e o animal entrar na vida reprodutiva antes do esperado ou pode ser normal e o animal estar com boa conformação e idade. Para tanto, alguns fatores podem interferir à manifestação da puberdade pelos animais como a genética, idade e peso, nutrição, fotoperíodo e o próprio manejo adotado. -/- -/- Genética -/- O genótipo afeta a idade da puberdade, pois algumas raças são anteriores a outras. Nos bovinos, as raças europeias atingem a puberdade antes dos zebuínos, isto é, uma novilha ou novilho da raça holandesa atinge a puberdade primeiro que os animais da mesma idade e do mesmo peso da raça nelore, por exemplo. -/- Da mesma forma, as porcas da raça chinesa Meishan atingem a puberdade por volta dos 115 dias de idade, metade da idade das raças brancas. As ovelhas de raças de corte, da mesma forma, são mais precoces que os produtores de lã. As raças pequenas, da mesma forma, são geralmente mais precoces, pelo menos em bovinos (jersey x guzerá) e em caninos. Os híbridos, por outro lado, apresentam puberdade mais precoce que os puros, devido ao efeito da heterose. Por este motivo, em certas espécies são utilizadas linhas híbridas. -/- -/- Idade e peso -/- A tabela 1 mostra a idade média de início da puberdade em espécies domésticas. O peso vivo (PV) adulto é mais relevante para a idade na puberdade nos ruminantes, enquanto em suínos é menos decisivo. A tabela também apresenta a porcentagem de peso corporal necessária para a puberdade ocorrer de forma natural. -/- -/- Tabela 1: Idade e peso a puberdade das espécies domésticas -/- Espécie -/- Fêmea (meses) -/- Macho (meses) -/- PV adulto (%) -/- Gado holandês -/- 11 (8-15) -/- 11 (7-18) -/- 30-40 -/- Gado brahman -/- 19 -/- 17 -/- 45-60 -/- Caprinos e ovinos -/- 7 (4-14) -/- 7 (6-9) -/- 40-60 -/- Suínos -/- 6 (5-7) -/- 7 (5-8) -/- 75 -/- Equinos -/- 18 (12-19) -/- 14 (10-24) -/- - -/- Caninos -/- 12 (6-24) -/- 9 (5-12) -/- - -/- Felinos -/- 8 (4-12) -/- 9 (8-10) -/- - -/- Fonte: VALENCIA, 2018. -/- Nutrição -/- Como a puberdade está relacionada à taxa de crescimento, os animais que recebem uma nutrição adequada e balanceada apresentarão puberdade em uma idade mais jovem, ou seja, mais precocemente; ao contrário, a puberdade será tardia nos animais que sofreram restrição alimentar, que estão desnutridos ou que tiveram seu crescimento afetado por doenças infecciosas ou parasitárias. A superalimentação também não é recomendada, pois pode alterar tanto os sinais que são recebidos pelo hipotálamo quanto sua resposta a eles. -/- Logo, o manejo alimentar adotado deve estar de acordo com as normas estabeleci-das pelos especialistas na área, principalmente no tocante as exigências nutricionais que devem servir de regra na propriedade. Sendo assim, os animais entrarão em puberdade com as taxas de alta qualidade o que afetará positivamente na prole futura e dará retorno lucrativo ao proprietário. -/- -/- Época do ano (Fotoperíodo) -/- Em fêmeas de espécies sazonais, como ovelhas e cabras, existem certos requisitos de fotoperíodo que devem ser atendidos para que a puberdade ocorra. Nessas espécies, um período de exposição a dias longos é necessário, seguido por outro de exposição a dias curtos. Na verdade, os cordeiros e cabritos nascidos fora da estação, mesmo que tenham atingido o peso necessário, terão que esperar até o outono seguinte (a estação reprodutiva) para atingir a puberdade. Os machos, por outro lado, não estão sujeitos a essas limitações nos requisitos fotoperiódicos para apresentar a puberdade. -/- Em novilhas nascidas no outono, por outro lado, a puberdade ocorre antes de um ano de idade, no verão seguinte ou no início do outono, mais cedo do que nas nascidas na primavera, devido à exposição a longos dias durante os primeiros seis meses do ano após seu nascimento aceleram seu crescimento. Em gatos, o aumento do fotoperíodo também acelera o início da puberdade. -/- Em ovelhas e novilhas, a primeira ovulação que ocorre ao entrar na puberdade é silenciosa; ou seja, não é acompanhada de sinais comportamentais de cio como a micção frequente, inchamento da vulva, uma montando a outra e deixando-se montar etc., pois para que esse comportamento se manifeste, o sistema nervoso necessita de uma pré-sensibilização com progesterona que não estará presente até o próximo ciclo, após o desenvolvimento do corpo lúteo vindo desta primeira ovulação. -/- -/- Sociossexual -/- A interação de indivíduos da mesma espécie ou a presença ou ausência de sinais de bioestimulação, como feromônios, pode afetar o período de puberdade. A puberdade, por exemplo, é atrasada em porcas criadas individualmente em comparação com porcas criadas em grupo. Além disso, na porca, ovelha e cabra, a exposição ao macho estimula as fêmeas e a puberdade aparece mais precocemente. -/- -/- Manejo -/- Certas práticas de manejo podem acelerar a puberdade, especialmente no período pré-púbere. Em porcas próximas à puberdade, por exemplo, o estresse causado por procedimentos, como o transporte de um local para outro ou a exposição ao macho, faz com que apareça o estro em torno de sete dias após a realização do manejo mencionado. -/- -/- • _____ESTACIONALIDADE REPRODUTIVA -/- A estacionalidade ou sazonalidade reprodutiva é uma estratégia evolutiva que se desenvolveu em algumas espécies; tende a tornar a reprodução mais eficiente. Nos países de latitudes distantes do equador, o objetivo é que as crias nasçam na primavera, época do ano mais favorável, graças à abundância de alimentos e às amenas condições climáticas. No caso da ovelha, cuja gestação dura cinco meses, para que os partos ocorram na primavera, ela deve engravidar no outono (figura 1), quando os dias são curtos; enquanto a égua, tendo uma gestação de aproximadamente 11 meses, deve conceber na primavera, quando os dias são longos; assim, o parto ocorrerá na primavera do ano seguinte (figura 2). -/- -/- Figura 1: Esquema ilustrativo da estacionalidade reprodutiva na espécie ovina. Fonte: PIRES et al., 2011. -/- -/- Esta característica evolutiva desenvolvida pela seleção natural na maioria das espécies silvestres e ainda é conservado por algumas espécies domésticas, como ovelhas, cabras, cavalos e gatos. Em bovinos e suínos, ao contrário, a domesticação levou à perda quase total da estacionalidade reprodutiva. -/- A estacionalidade reprodutiva é codificada nos genes; significa então que a seleção natural favoreceu a propagação de genes que permitiam acoplar a hora do nascimento com a melhor época do ano, por isso passou a ser considerada um método anticoncepcional natural. -/- -/- Figura 2: ciclo reprodutivo anual em espécies estacionais; onde são apresentados os períodos de gestação e a forma como se agrupam os nascimentos, independentemente da época reprodutiva da espécie, em vermelho as fêmeas estão apresentando estro ou cio. Fonte: VALENCIA, 2018. -/- -/- Fotoperíodo -/- Para sincronizar o período fértil com a época mais favorável do ano, a maioria das espécies sazonais usa o fotoperíodo (quantidade de luz diária ao longo do ano). -/- Este sinal ambiental é seguro, confiável e se repete a cada ano. Ovinos e caprinos se reproduzem na época do ano em que os dias são curtos e os equinos quando são longos. O grau de sazonalidade depende da origem da raça. As raças nativas de países localizados em latitudes elevadas (> 50°,ovelhas: soay, blackface, suffolk; cabras: saanen, alpino francês, toggenburg; equinos: puro-sangue, hanoveriano) terão uma estacionalidade mais acentuada do que as latitudes menores ou mediterrâneas (ovelhas: merino; cabras: murciana granadina; equinos: quarto de milha). Também existem raças de latitudes próximas ao Equador cuja estacionalidade é baixa ou nula (ovelhas: raças de pelo, crioulas; cabras: raças africanas e asiáticas) (tabela 2). -/- Para a maioria das raças de ovinos e caprinos, a estação reprodutiva começa no final do verão e início do outono; caracteriza-se pela apresentação de ciclos estrais sucessivos, e termina no final do inverno, quando se inicia o anestro, que se caracteriza pela ausência de ovulação. Nos equinos, ocorre o contrário, uma vez que a estação reprodutiva ocorre na primavera e no verão. -/- -/- Tabela 2: Relação entre a origem da raça e o grau de estacionalidade ou sazonalidade -/- Espécie -/- Alta -/- Média -/- Baixa -/- Ovinos -/- Suffolk, raças britânicas de lã e corte -/- Merino -/- Pelibuey, crioulas -/- Caprinos -/- Saanen, alpino, toggenburg -/- Murciana granadina -/- Crioula -/- Equinos -/- Puro-sangue, hanoveriano, quarto de milha -/- - -/- Crioula, burros -/- Fonte: VALENCIA, 2018. -/- -/- Mecanismo neuroendócrino da estacionalidade -/- Durante o período de anestro, o fotoperíodo exerce efeito inibitório sobre o centro tônico do GnRH no hipotálamo, diminuindo a frequência de pulso. Consequentemente, a pulsatilidade do LH também diminui, que agora é incapaz de induzir a maturação folicular, o aumento dos estrogênios, o pico pré-ovulatório de LH e, portanto, a ovulação. -/- Isso ocorre porque durante o anestro a sensibilidade do hipotálamo ao mecanismo de feedback negativo dos estrogênios e de outros fatores de origem não gonodal é aumentada. Ao aproximar-se da estação reprodutiva, a sensibilidade hipotalâmica diminui e o aumento da pulsatilidade do GnRH causa as mudanças que culminam na ovulação. Portanto, o mecanismo endócrino do anestro estacional é semelhante ao do anestro pré-púbere e de alguns outros tipos de anestro. -/- A estacionalidade é um bom exemplo da interação entre o meio ambiente e o sistema neuroendócrino, pois o organismo é capaz de traduzir um sinal externo ambiental, como o fotoperíodo, em um sinal hormonal interno, que neste caso é a melatonina. -/- A glândula pineal secreta melatonina durante as horas de escuridão. Os animais sazonais apresentam um ritmo reprodutivo endógeno, que é regulado por janelas de fotossensibilidade, determinadas por mudanças na duração do dia. O sinal luminoso é captado pela retina e conduzido, via nervo, pelo trato retino-hipotalâmico até o núcleo supraquiasmático, que funciona como o relógio biológico do corpo. Daí o sinal viaja para o núcleo para-ventricular, depois para o gânglio cervical e, finalmente, para a glândula pineal, que responde secretando melatonina (figura 3). -/- Nas ovelhas, a estação reprodutiva começa quando a duração do dia diminui e, naturalmente, a noite aumenta; na égua, ocorre quando os dias se alongam. -/- A primavera não é necessariamente a melhor época do ano em todas as regiões do globo. Nas latitudes tropicais, a primavera coincide com a seca e não com a abundância de forragem, aspecto a ser levado em consideração ao programar a reprodução. -/- Outro ponto importante a considerar é que as raças europeias sazonais mantêm sua estacionalidade no Brasil. -/- -/- Figura 3: Mecanismo do fotoperíodo em ovinos e a melatonina. Fonte: HAFEZ, 2004. -/- -/- Estacionalidade no macho -/- O macho é menos afetado que a fêmea pelas mudanças típicas de cada época do ano, já que sua função reprodutiva não é necessariamente interrompida durante o anestro ou repouso sexual, embora a produção de hormônios reprodutivos, tamanho e tônus testicular, a libido, as características qualitativas e quantitativas do ejaculado e a fertilidade do esperma podem ser diminuídas. O nível de afetação depende do grau de sazonalidade da raça e da latitude. Por fim, os efeitos do fotoperíodo devem ser separados dos nutricionais, que também variam com a época do ano. -/- -/- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS -/- -/- BEARDEN, Henry Joe et al. Reproducción animal aplicada. México: Manual Moderno, 1982. -/- BROOKS, P. H.; COLE, D. J. A. The effect of the presence of a boar on the attainment of puberty in gilts. Reproduction, v. 23, n. 3, p. 435-440, 1970. -/- CARDOSO, Daniel; DE PAULA NOGUEIRA, Guilherme. Mecanismos neuroendócrinos envolvidos na puberdade de novilhas. Arquivos de Ciências Veterinárias e Zoologia da Unipar, v. 10, n. 1, 2007. -/- CHEMINEAU, P. et al. Induction and persistence of pituitary and ovarian activity in the out-of-season lactating dairy goat after a treatment combining a skeleton photoperiod, melatonin and the male effect. Reproduction, v. 78, n. 2, p. 497-504, 1986. -/- CLARKE, Iain J. et al. Kisspeptin and seasonality in sheep. Peptides, v. 30, n. 1, p. 154-163, 2009. -/- CORTEEL, J. M. 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Blackwell Science Ltd, 1998. -/- -/- -/- FIXAÇÃO DO ASSUNTO -/- -/- 1. Defina o que é puberdade e como ela manifesta-se no corpo. -/- -/- -/- 2. Diferencie puberdade de maturidade sexual. -/- -/- -/- 3. Quais são os fenômenos que devem ser observados em fêmeas que estão entrando na puberdade? -/- -/- -/- 4. Qual o papel do GnRH e do IGF-I sobre a puberdade? -/- 5. Um produtor possui duas ovelhas e um carneiro reprodutor, as ovelhas possuem idade e peso, mas não manifestaram seu primeiro cio, quais elementos que você recomenda ao produtor para induzir a ciclicidade dessas fêmeas? -/- -/- -/- 6. De forma geral, quais os fatores que podem afetar a entrada na puberdade dos animais? -/- -/- -/- 7. Defina estacionalidade reprodutiva. -/- -/- -/- 8. O que é fotoperíodo e qual sua importância para a reprodução dos animais domésticos? -/- -/- -/- 9. Defina as relações existentes entre a origem da raça e o grau de estacionalidade e como tais teorias se aplicam ao rebanho brasileiro. -/- -/- -/- 10. Qual o papel da glândula pineal para a estacionalidade reprodutiva? -/- -/- -/- 11. Por que os machos são menos afetados pela sazonalidade reprodutiva do que as fêmeas? -/- -/- -/- 12. Sabendo-se sobre os termos de puberdade e estacionalidade e as características de ambos nas espécies domésticas, pede-se: um criador deseja obter 5 novas crias ovinas e 5 caprinas em seu plantel até o final do ano, para tanto ele ainda possui um ano e está na estação do verão, sabendo-se sobre a estacionalidade dessas espécies elabore um projeto reprodutivo de modo que essas 10 fêmeas possam gerar uma cria cada até a primavera. -/- -/- Dados: 10 fêmeas gerando 10 crias. 1 macho ovino e 1 caprino. Fêmeas com 1 ano de idade (2º cio) e peso corporal = 55% do peso adulto. Verão de 2020 para parir na primavera de 2020. (shrink)

The COVID-19 pandemic has brought significant challenges to healthcare systems worldwide, and in Africa, given the lack of resources, they are likely to be even more acute. The usefulness of Traditional African Healers in helping to mitigate the effects of pandemic has been neglected. We argue from an ethical perspective that these healers can and should have an important role in informing and guiding local communities in Africa on how to prevent the spread of COVID-19. Particularly, we argue not only (...) that much of the philosophy underlying Traditional African Medicine is adequate and compatible with preventive measures for COVID-19, but also that Traditional African Healers have some unique cultural capital for influencing and enforcing such preventive measures. The paper therefore suggests that not only given the cultural context of Africa where Traditional African Healers have a special role, but also because of the normative strength of the Afro-communitarian philosophy that informs it, there are good ethical reasons to endorse policies that involve Traditional Healers in the fight against COVID-19. We also maintain that concerns about Traditional African Healers objectionably violating patient confidentiality or being paternalistic are much weaker in the face of COVID-19. (shrink)

In his Lectures on Fine Art (1835), Hegel emphasizes the grotesque character of Indian art. Grotesqueness results, in his view, from a contradiction between meaning and shape due to the incongruous combination of spiritual and material elements. Since Hegel's history of art is teeming with examples of inadequacy between meaning and shape, this paper aims to distinguish the grotesque from other types of artistic dissonance and to problematize Hegel's ascriptions of grotesqueness to ancient Indian art. In the first part of (...) the paper, I characterize the grotesque by the unnatural distortion of natural shapes with the purpose of achieving a direct sensuous manifestation of an indeterminate and impersonal divinity, Brahman. Such an attempt is, in Hegel's view, self-contradictory and self-defeating, leading to an exaggeration of the conflict between nature and spirit instead of the intended reconciliation between the two parts. In the second part of the paper, I compare Hegel's account of Indian art to the ‘monstrous myths’ of early modern Europe. Unlike his predecessors, Hegel legitimizes the grotesque representations of Hindu gods as endowed with profound meaning and the result of a universal human need, yet he describes them as ultimately irrational and repulsive based on a prejudiced view of the Indian people(s). In this sense, Hegel's assessment of Indian art functions as a reflection of modern European culture, its fascination and horror in the face of what Enlightenment could not entirely purge, rather than as a truthful and objective account of Indian art and culture. By questioning Hegel's characterization of Hindu iconography and mythology, this paper contributes to underexplored areas of Hegelian aesthetics, namely Hegel's account of symbolic art, especially Indian art, as well as his views on negative aesthetic experiences and values. (shrink)

Como área interdisciplinar, as Ciências Cognitivas começam a se desenvolver em meados da década de 1950 a partir de uma concepção compartilhada sobre a mente, hoje chamada de cognitivista. Esses pesquisadores concebiam a mente com uma natureza representacional que opera por meio de computações simbólicas. Atualmente, há uma multiplicidade de abordagens e teorias sobre a mente. Nesse espectro de posições, há desde abordagens tradicionais, que concebem a mente como representacional, até abordagens bastante radicais, que negam qualquer natureza representacional para a (...) mente. Após introduzir este tema, apresentamos as críticas de William Ramsey à representação enquanto definidora das Ciências Cognitivas ou, em outros termos, à representação enquanto critério de demarcação do cognitivo. Desenvolveremos uma hipótese interpretativa para a crítica de Ramsey mobilizando o conceito de estratégia de pesquisa, de Hugh Lacey. Apresentaremos a distinção de Lacey entre adoção de uma estratégia e aceitação de uma teoria, discutindo a suposta independência avaliativa entre estratégia e teoria. Finalizaremos com a defesa de um pluralismo de estratégias nas Ciências Cognitivas. Diferente de concepções que buscam reduzir prematuramente as Ciências Cognitivas a uma única estratégia, o pluralismo que defendemos equilibra a eficiência na resolução de problemas com outros valores considerados importantes, como a abrangência empírica e a neutralidade no sentido de inclusividade e equitatividade de valores. No atual momento das ciências cognitivas, o pluralismo de estratégias constitui o caminho mais promissor. (shrink)

n the first part of the paper I will present Pritchard’s approach to Wittgenstein’s notion of hinge commitments, which is essential to his solution to the closure-based sceptical arguments. And, in the second par of the paper, I will raise some concerns that I have regarding Pritchard’s non-belief reading of the hinge commitments. In the third and final part, I make some concluding remarks regarding Pritchard’s overall strategy to solve the closure-based sceptical paradox.

In the Vocation of Man, Fichte makes the striking claim that life is eternal, rational, our true being, and the final cause of nature in general and of death in particular. How can we make sense of this claim? I argue that the public lectures that compose the Vocation are a popular expression of Fichte’s pre-existing commitment to what I call immortalism, the view that life is the unconditioned condition of intelligibility. Casting the I as an absolutely self-active or living (...) power enables his philosophical account of both the intelligibility of objects and of what it means to die. This explains his characterization of the Wissenschaftslehre as a system in which ‘all is act, movement, and life’. In Sect. 1, I explain the context of Jacobi’s use of ‘caput mortuum’ as a term for the thing in itself. In Sects. 2 and 3, I reconstruct two immortalist arguments from Fichte’s Jena period. The first is that the I’s self-activity rules out the existence of the thing in itself and thereby vanquishes ‘death’s head’. The second is that, insofar as the I charges us with the moral perfection of nature, it is the final cause of our entire life, including its end. This is to say that the I puts our every moment into question, even our last. In Sect. 4, I use these immortalist arguments to interpret the striking claim from the Vocation. (shrink)

: To address the question “on what there is” raised by Quine, and to accomplish the task of comprehending exhaustively the many ontological units that populate the great province of Being, we propose as an alternative to Puntel’s ontology a new ontology designated as “Structural Ontology” (SO). Such ontology is based on systematic-structural theoretical foundations, but leads to a diverse view in which structured factual units, structural configurations (dynamics), as well as apparent ontological units (objects), all encompassed by the temporal (...) sub-dimension that interconnects them, understood as an internal sub-dimension of the macro-dimension of Being, co-subsist. In this sense, we begin by situating the ontological theme in current philosophical discussion from a Quinean perspective. We then present a concept of truth derived from our reading of puntelian philosophy, which will be the point of connection between language and the world. Subsequently, we show how from the concept of truth, after a brief foray into philosophical semantics, we arrive at the ontological field from the ontological categories of structure and ontological state. Finally, we outline, in its general features, our structural ontology, which includes its own ontological notions that give new directions to philosophical understanding of this great theme. (shrink)

Resumo Embora controversa, o contextualismo epistêmico alega oferecer a melhor explicação para alguns fenômenos analisados em epistemologia contemporânea, por exemplo: alega responder ou explicar o apelo de certos paradoxos e, ao mesmo tempo, manter a verdade de nossas alegações ordinárias de conhecimento. Conforme alegado por contextualistas, a vantagem de sua teoria ao explicar o apelo de certos paradoxos reside no fato de que nenhum princípio lógico precisa ser rejeitado. O paradoxo do prefácio – que consiste na aparente incoerência lógica que (...) ocorre quando o autor de um livro declara em seu prefácio que, apesar de acreditar que é altamente provável que tudo o que o livro afirma seja verdadeiro, também é altamente provável que o livro contenha, pelo menos, algum erro – parece não ter sido explorado o suficiente pelos contextualistas. Portanto, pretendemos sugerir uma versão do paradoxo do prefácio apresentando um argumento análogo ao argumento que os contextualistas costumam apresentar para explicar o paradoxo cético. Desta maneira, pretendemos oferecer, por meio de uma análise contextualista, uma explicação para o paradoxo do prefácio. Se a resposta contextualista é ou não adequada para esse paradoxo, isso será questão de disputa e não nos caberá discuti-la aqui. Meu objetivo é apenas sugerir que uma análise contextualista semelhante à aplicada ao paradoxo cético pode ser construída para explicar o paradoxo do prefácio. Palavras-chave: Contextualismo; Paradoxo do prefácio; Paradoxo cético. (shrink)

Fichte assigns ‘intellectual intuition’ a new meaning after Kant. But in 1799, his doctrine of intellectual intuition is publicly deemed indefensible by Kant and nihilistic by Jacobi. I propose to defend Fichte’s doctrine against these charges, leaving aside whether it captures what he calls the ‘spirit’ of transcendental idealism. I do so by articulating three problems that motivate Fichte’s redirection of intellectual intuition from being to acting: (1) the regress problem, which states that reflecting on empirical facts of consciousness leads (...) only to further facts and so cannot yield a first principle; (2) the rhapsody problem, which states that the categories form a haphazard set and so lack necessity unless they derive from a first principle; and (3) the nihilism problem, which states that a first principle cannot lie outside our cognition of it, lest it be the cause of our cognition and, being first, the cause of all our actions, reducing us to machines. Crucially, Fichte’s three motivating problems are in fact aspects of a single problem. Leaving any aspect unsolved spoils putative solutions to the other two. Consequently, Fichte requires a single unified solution to all three, which his doctrine of intellectual intuition provides. (shrink)

Entende-se que os experimentos mentais são dispositivos da imaginação que podem nos fornecer crenças que constituem conhecimento. John D. Norton apresentou uma abordagem que se tornou influente para explicar como os experimentos mentais científicos podem produzir novos conhecimentos so- bre o mundo. Ele afirma que não há nada distintivo nos experimentos men- tais, uma vez que sustenta que eles funcionam exatamente como argumen- tos. Neste artigo, contestamos sua abordagem. Examinamos aspectos essen- ciais de sua abordagem, que envolvem as noções de (...) “argumento” e “inferên- cia” para mostrar que um sujeito que chega a saber algo através da execução ou condução de um experimento mental dificilmente será considerado como tendo efetivamente executado um argumento ou um processo de raciocínio inferencial. (shrink)

In his article Banicki proposes a universal model for all forms of philosophical therapy. He is guided by works of Martha Nussbaum, who in turn makes recourse to Aristotle. As compared to Nussbaum’s approach, Banicki’s model is more medical and less based on ethical argument. He mentions Foucault’s vision to apply the same theoretical analysis for the ailments of the body and the soul and to use the same kind of approach in treating and curing them. In his interpretation of (...) philosophical therapy, there are, however, some controversial issues, to which we would like to call attention: -/- Is restoring health by a philosophical method of treatment – health understood as a person’s ability to reach his/her vital goals – a convincing explication of philosophical therapy in general? In order to answer this question, it may be useful to look at Plato. It is not only Platonism (and especially Neo-platonism since Plotinus) that questions the idea that therapy is necessarily connected with „vital goals“. Buddhist and Gnostic philosophies are questioning „the vital“ in general. The immense effort in the history of philosophy to liberate the mind from the body casts doubt on the project to explain philosophical therapy solely in analogy to medical therapy. -/- According to Banicki a therapeutic philosophy has to identify the diseases it attempts at curing. There are, however, reasons for associating the term therapy with suffering/risk rather than disease. If a therapy aims at reducing the fear of death, as for example many classical philosophical therapies do, then there is no disease to be cured. A model based on chances and risks also has the advantage that the Buddhist and Stoic reinterpretation of desires/emotions as “diseases” can be dropped in contemporary philosophical therapy. -/- Banicki mentions the comparison of therapies as one of the primary goals of modelling. Methods should be verified by a statistical correlation between method and therapeutic success and/or by a theory which justifies the method. Some forms of therapies, however, avoid theory-specific terms and concepts in favor of an unprejudiced interpretation of the patient’s statements. Others share the (Nietzschean) aspiration to explore and change measures of value. If the therapeutic process is seen as a unique phenomenon, then there can be no theory and no statistics with co-occurrences. -/- According to Banicki philosophical therapy has to describe techniques which qualify as genuinely philosophical. Techniques like maieutics and hermeneutics, however, are antique philosophical “inventions”, which were later adopted by psychotherapy. If meditation is accepted as a therapeutic tool – as it was in ancient times – then there is not only a methodical but also an emotional relation to religion. If finally, the Socratic search for a good life is seen as one of the characteristics of philosophical therapy, then delimitation even turns into a criterion for non-philosophical therapies. The search for a good life requires an interdisciplinary approach. -/- For the concretization of the formal structure, we suggest a typology of therapies, which is based on chances and risks. Such a typology has the advantage, that it can model conflicting (and even opposing) forms of therapies. The variety of therapeutic goals and methods is a consequence of the historical development towards conceptual freedom. (shrink)

Para solucionar a questão “sobre o que há” levantada por Quine, e realizar a tarefa de compreender de forma exauriente as muitas unidades ontológicas que povoam a grande província do Ser, propomos como alternativa à ontologia punteliana, uma nova ontologia designada de “Ontologia Estrutural” (OE). Tal ontologia parte de bases teóricas sistemático-estruturais, mas desemboca em uma visão diversa em que co-subsistem unidades factuais estruturadas, configurações estruturais (dinâmicas), bem como unidades ontológicas aparentes (objetos), todas englobadas pela subdimensão temporal que as interconexiona, (...) compreendida esta como uma subdimensão (interna) da macrodimensão do Ser. Nesse sentido, começamos situando a temática ontológica na discussão filosófica atual a partir de uma chave quineana; prosseguimos apresentando um conceito de verdade derivado de nossa leitura da filosofia punteliana, o qual constituirá o ponto de ligação entre linguagem e mundo. Na sequência, mostramos como do conceito de verdade trazido à lume, após uma breve incursão na semântica filosófica, chegamos ao campo ontológico a partir das categorias ontológicas de estrutura e estado ontológico. Ao final, delineamos, em seus caracteres gerais, a nossa ontologia estrutural, compreensiva de noções ontológicas próprias que dão novos rumos à compreensão filosófica desta grande temática. (shrink)

Metaphysically possible worlds have many uses. Epistemically possible worlds promise to be similarly useful, especially in connection with propositions and propositional attitudes. However, I argue that there is a serious threat to the natural accounts of epistemically possible worlds, from a version of Russell’s paradox. I contrast this threat with David Kaplan’s problem for metaphysical possible world semantics: Kaplan’s problem can be straightforwardly rebutted, the problems I raise cannot. I argue that although there may be coherent accounts of epistemically possible (...) worlds with fruitful applications, any such an account must fundamentally compromise the basic idea behind epistemic possibility. (shrink)

This article aims to review the standard objections to dualism and to argue that will either fail to convince someone committed to dualism or are flawed on independent grounds. I begin by presenting the taxonomy of metaphysical positions on concrete particulars as they relate to the dispute between materialists and dualists, and in particular substance dualism is defined. In the first section, several kinds of substance dualism are distinguished and the relevant varieties of this kind of dualism are selected. The (...) remaining sections are analyses of the standard objections to substance dualism : It is uninformative, has troubles accounting for soul individuation, causal pairing and interaction, violates laws of physics, is made implausible by the development of neuroscience and it postulates entities beyond necessity. I conclude that none of these objections is successful. (shrink)

I argue against the interpretation of propositions as intentions and proof-objects as fulfillments proposed by Heyting and defended by Tieszen and van Atten. The idea is already a frequent target of criticisms regarding the incompatibility of Brouwer’s and Husserl’s positions, mainly by Rosado Haddock and Hill. I raise a stronger objection in this paper. My claim is that even if we grant that the incompatibility can be properly dealt with, as van Atten believes it can, two fundamental issues indicate that (...) the interpretation is unsustainable regardless: (1) it is hard to determine, without appealing to propositional intentions on pain of circularity, what intention a proof-object should be understood as a fulfillment of; (2) due to a difficult fulfillment dilemma, it is unclear, at best, what the object of an intention corresponding to a proposition is. (shrink)

Throughout his career, Schelling assigns knowledge of the absolute first principle of philosophy to intellectual intuition. Schelling's doctrine of intellectual intuition raises two important questions for interpreters. First, given that his doctrine undergoes several changes before and after his identity philosophy, to what extent can he be said to “hold onto” the same “sense” of it by the 1830s, as he claims? Second, given that his doctrine of intellectual intuition restricts absolute idealism to what he calls a “science of reason”, (...) which he says cannot prove the absolute’s existence, what other doctrine does he require in order to prove this? I will answer these questions by tracing the shifts in Schelling’s doctrine of intellectual intuition from the 1790s to the 1830s and drawing out its evolving methodological role within his science of intelligibility. (shrink)

A necessarily true sentence is 'brute' if it does not rigidly refer to anything and if it cannot be reduced to a logical truth. The question of whether there are brute necessities is an extremely natural one. Cian Dorr has recently argued for far-reaching metaphysical claims on the basis of the principle that there are no brute necessities: he initially argued that there are no non-symmetric relations, and later that there are no abstract objects at all. I argue that there (...) are nominalistically acceptable brute necessities, and that Dorr's arguments thus fail. My argument is an application of Gödel's first incompleteness theorem. (shrink)

It is often claimed that the theory of function levels proposed by Frege in Grundgesetze der Arithmetik anticipates the hierarchy of types that underlies Church’s simple theory of types. This claim roughly states that Frege presupposes a type of functions in the sense of simple type theory in the expository language of Grundgesetze. However, this view makes it hard to accommodate function names of two arguments and view functions as incomplete entities. I propose and defend an alternative interpretation of first-level (...) function names in Grundgesetze into simple type-theoretic open terms rather than into closed terms of a function type. This interpretation offers a still unhistorical but more faithful type-theoretic approximation of Frege’s theory of levels and can be naturally extended to accommodate second-level functions. It is made possible by two key observations that Frege’s Roman markers behave essentially like open terms and that Frege lacks a clear criterion for distinguishing between Roman markers and function names. (shrink)

O objetivo deste artigo é apontar cinco aspectos do pensamento nietzschiano que podem ser relevantes para os debates da filosofia da ciência em torno da natureza e representação do conhecimento científico. Para tanto, é realizada uma revisão de literatura com o objetivo de selecionar trechos de obras nietzschianas como O nascimento da tragédia, Genealogia da moral, A gaia ciência e outras que permitam interpretar Nietzsche como um filósofo da ciência preocupado com a construção do conhecimento cientifico sobre a realidade física. (...) Como resultado é possível identificar uma proposta epistemológica na perspectiva nietzschiana, cuja representação objetiva do mundo deve apontar para uma estética da vida. -/- The purpose of this article is to point out five aspects of Nietzschean thought that may be relevant to debates in the philosophy of science around the nature and representation of scientific knowledge. To this end, a literature review is carried out with the aim of selecting excerpts from Nietzschean works such as The Birth of Tragedy, Genealogy of Morals, The Gay Science and others that allow us to interpret Nietzsche as a philosopher of science concerned with the construction of scientific knowledge about the physical reality. As a result, it is possible to identify an epistemological proposal in the Nietzschean perspective, whose objective representation of the world should point to an aesthetics of life. (shrink)

Abstract: The standard picture of rationality requires that the agent acts so as to realize her most preferred alternative in the light of her own desires and beliefs. However, there are circumstances where such an agent can predict that she will act against her preferences. The story of Ulysses and the Sirens is the paradigmatic example of such cases. In those circumstances the orthodoxy requires the agent to be ‘sophisticated’. That is to say, she should take into account her expected (...) future choices and prevent her future self to act in certain ways. She should ‘bind’ herself to a certain course of action. This is a form of causal commitment. It is generally recognized that this form of self-commitment is the only one that is available to a rational agent. Rational commitment, where the agent gives herself a reason to act in a certain way rather than making herself act in that way, is considered not feasible. In this paper, I question this verdict. I sketch the broad outlines of a model of rational commitment, which takes as its starting point Michael Bratman’s ‘planning theory’ of intention. There are two important objections against this theory (one by John Broome and one by the Dutch philosopher Govert den Hartogh.) Both criticisms claim that such a theory is a form of ‘bootstrapping’ reasons for action into existence. In the remainder of the paper, I will defend the theory against these objections. This way, I hope to establish that defending the feasibility of rational commitment is not an obvious mistake. (shrink)

The aim of this paper is to put into perspective Marcien Towa's reception of the Hegelian notion of the abstract mind in his book Identité et Transcendance. In an attempt to determine the generic identity of man, Towa exploits the notion of the abstract mind as pure thought to expose the complex notion of African identity articulated in transcendence. In contrast to the essentialist, even ontological theses of Senghor and Blyden, which turn identities into essences, Towa develops from the conceptual (...) resources of German idealism a conception of identity that is radically transcendent, i.e. creativity. (shrink)

This chapter intervenes in recent debates in Kant scholarship about the possibility of a general logical alien. Such an alien is a thinker whose laws of thinking violate ours. She is third-personal as she is radically unlike us. Proponents of the constitutive reading of Kant’s conception of general logic accordingly suggest that Kant rules out the possibility of such an alien as unthinkable. I add to this an often-overlooked element in Kant’s thinking: there is reason to think that he grants—and (...) in fact presupposes—the possibility of a transcendental logical alien. Such an alien is a knower whose laws of experience purport to violate ours. She is first-personal as she is radically like us. In other words, she is us, insofar as we are alienated from ourselves and our experience. I go on to draw an analogy between her, a dogmatist, and another transcendental alien, an evil agent. Just as a dogmatist is alienated from her (our) experiential laws, an evil agent is alienated from her (our) moral law. These forms of theoretical and practical self-conceit require self-knowledge in the form of a critique of speculative or practical reason. In bringing this point out, I aim to shift from the question of whether logical laws constitute our thinking to the question of whether grasping our experiential and moral laws as our laws constitutes our reason. (shrink)

This paper argues that we should solve paradoxes for propositions (such as the Russell–Myhill paradox) in essentially the same way that we solve Russellian paradoxes for sets. That is, the standard, iterative approach to sets is extended to include properties, and then the resulting hierarchy of sets and properties is used to construct propositions. Propositions on this account are structured in the sense of mirroring the sentences that express them, and they would seem to serve the needs of philosophers of (...) language and metaphysicians who rely on such propositions. The resulting account has limitations, comparable to those faced by the iterative approach to sets, but it is argued to be in important ways preferable to others that have been proposed. (shrink)

This piece replies to a recently published article in the European Journal for Philosophy of Religion by J. L. Schellenberg and Paul Draper. They contend that the field of African philosophy of religion needs renewal, and they make several recommendations on how to achieve this. I agree with their recommendations, but I argue they have omitted a crucial problem and solution to renew the field; namely, a fundamental problem of the field is that it systemically excludes non-Western philosophies and scholars (...) and, therefore, the field needs to be decolonised. (shrink)

On the classical understanding, an agent is fully excused for an action if and only if performing this action was a case of faultless wrongdoing. A major motivation for this view is the apparent existence of paradigmatic types of excusing considerations, affecting fault but not wrongness. I show that three such considerations, ignorance, duress and compulsion, can be shown to have direct bearing on the permissibility of actions. The appeal to distinctly identifiable excusing considerations thus does not stand up to (...) closer scrutiny, undermining the classical view and giving us reason to seek alternative ways of drawing the justification/excuse distinction. (shrink)

Filósofos como Jonathan Kvanvig (2003) e Duncan Pritchard (2010) tem argumentado que o entendimento é um estado epistêmico distinto do conhecimento com base no argumento da sorte epistêmica. Eles alegam que dado que o entendimento é compatível com sorte epistêmica e o conhecimento não, então esses estados epistêmicos são distintos. Com base nos autores Christoph Kelp (2017) e Kenneth Boyd (2018), será argumentado que esse argumento não é o suficiente para mostrar que o entendimento e conhecimento são estados epistêmicos distintos. (...) Primeiro, o tipo de cenário que Kvanvig e Pritchard desenvolvem é um cenário em que a sorte é compatível com conhecimento. Segundo, ao desenvolverem os cenários de sorte compatível com o entendimento, eles tomam o objeto avaliativo errado do entendimento. Ao desenvolvermos um cenário com o objeto avaliativo correto para o entendimento, conclui-se que o entendimento não é compatível com sorte epistêmica. (shrink)

The concept of facticity denotes conditions of experience whose necessity is not logical yet whose contingency is not empirical. Although often associated with Heidegger, Fichte coins ‘facticity’ in his Berlin period to refer to the conclusion of Kant’s metaphysical deduction of the categories, which he argues leaves it a contingent matter that we have the conditions of experience that we do. Such rhapsodic or factical conditions, he argues, must follow necessarily, independent of empirical givenness, from the I through a process (...) of ‘genesis.’ I reconstruct Fichte’s argument by tracing the origin of his neologism, presenting his Jena critique of Kant’s rhapsodic appeal to the forms of judgment, and illustrating the Jena period’s continuity with the Berlin period’s genetic method, while noting a methodological shift whereby Fichte directs his critique against his own doctrine of intellectual intuition in order to eliminate its ‘factical terms.’. (shrink)

Fichte argues that the conclusion of Kant’s transcendental deduction of the categories is correct yet lacks a crucial premise, given Kant’s admission that the metaphysical deduction locates an arbitrary origin for the categories. Fichte provides the missing premise by employing a new method: a genetic deduction of the categories from a first principle. Since Fichte claims to articulate the same view as Kant in a different, it is crucial to grasp genetic deduction in relation to the sorts of deduction that (...) Kant offers. I propose to interpret genetic deduction as the simultaneous fulfillment of two tasks: answering the question quid facti by deriving the categories from the I and answering the question quid juris by establishing our entitlement to the categories as conditions of experience. While the second task represents Fichte’s agreement with Kant’s transcendental deduction, the first reflects his correction of Kant’s metaphysical deduction. (shrink)

Pode-se dizer que desde o início da ciência moderna muito se falou sobre virtudes teóricas tais como simplicidade, unificação, adequação empírica, fecundidade, coerência, etc., isto é, virtudes de uma boa teoria, mas pouco se falou das virtudes dos cientistas enquanto agentes. Todavia, hoje em dia, cada vez mais vem crescendo um interesse sobre qual é o papel das virtudes e dos vícios epistêmicos dos cientistas. Além de diversos artigos, já existem dois importantes livros os quais possuem diversos contribuidores: “Virtue Epistemology (...) Naturalized: Bridges Between Virtue Epistemology and Philosophy of Science” organizado por Abrol Fairweather em 2014 e “Epistemic Virtues in the Sciences and the Humanities” organizado por Jeroen Van Dongen e Paul Herman em 2017. Contudo a atenção maior foi direcionada às virtudes epistêmicas e não aos vícios epistêmicos. Nesses dois livros citados acima, com o total de 29 capítulos, apenas 1 deles é dedicado ao vício epistêmico. O que não é de todo inesperado, se, de maneira análoga, temos em mente que apenas agora com os trabalhos de Quassim Cassam surgiu uma epistemologia do vício. É nesse cenário que Cedric Paternotte e Milena Ivanova entram na discussão com o artigo “Virtues and Vices in Scientific Practice” publicado em 2017. Apesar de eles apontarem o papel das virtudes e dos vícios na prática científica, será contemplado apenas o que eles falam sobre o vício epistêmico na ciência. O que é dito nesse artigo é simples e controverso: o vício epistêmico pode ter função benéfica para o sucesso científico. Na seção I será explicado brevemente o que são as virtudes epistêmicas, em II fala-se um pouco do cenário das virtudes na história da ciência, III será dedicado a argumentação de Paternotte e Ivanova e, por fim, IV fornecerá três breves comentários sobre a posição dos autores. (shrink)

In a series of papers Ladyman and Presnell raise an interesting challenge of providing a pre-mathematical justification for homotopy type theory. In response, they propose what they claim to be an informal semantics for homotopy type theory where types and terms are regarded as mathematical concepts. The aim of this paper is to raise some issues which need to be resolved for the successful development of their types-as-concepts interpretation.

In the Freedom essay, Schelling charges that (1) idealism fails to grasp human freedom’s distinctiveness and that (2) this failure undermines idealism's attempt to refute pantheism, as exemplified by Spinoza. This raises two questions, which I will answer in turn: what, for Schelling, is distinctive of human freedom; and how does the idealists’ failure to grasp it render them unable to refute pantheism? To answer these questions, I will reconstruct Schelling’s argument that freedom has the distinctness of being the unconditioned (...) condition of the world’s intelligibility. My reconstruction will illustrate how Schelling’s notion of freedom as primal will grounds the alleged primacy of practical reason as Kant and Fichte conceive it. I will then consider three objections to Schelling’s argument. Throughout, I will develop the Schellingian idea that freedom is enacted in an unprethinkable decision that cannot be anticipated by any law or principle. (shrink)

A precursor to the hard problem of consciousness confronts nihilism. Like physicalism, nihilism collides with the first-personal fact of what perception and action are like. Unless this problem is solved, nature’s inclusion of conscious experience will remain, as Chalmers warns the physicalist, an “unanswered question” and, as Jacobi chides the nihilist, “completely inexplicable". One advantage of Kant’s Copernican turn is to dismiss the question that imposes this hard problem. We need not ask how nature is accompanied by the first-person standpoint (...) because “I think” is an apperceptive form of thinking that must be able to accompany any cognition of nature. Kant’s formal conception of apperception worries Fichte in his Nova Methodo lectures. This conception arguably cannot exhaust the ground of experience, for it does not show why we posit objects “at all". For Fichte, it is our agency that first opens a world of objects, viz., as subjects, means, ends, and obstacles. In what follows, I argue that, for Fichte, the I poses no hard problem because it collides exclusively with nihilistic views like Spinozism, which are refuted by a properly transcendental idealist conception of apperception, according to which the first-person standpoint is the absolute ground of our experience of nature. If transcendental idealism refutes nihilism, nature is no more explicable than that there is something it is like for me to perceive and act. In Section 1, I show why Kantian apperception is necessary for possible experience. In Section 2, I reconstruct Fichte’s argument that a modified conception of apperception refutes guises of nihilism, thereby solving the hard problem of consciousness. In Section 3, I suggest that transcendental idealism undermines Chalmers’ proposed solution to and Dennett’s dismissal of this problem. (shrink)

In this paper, I revisit Frege's theory of sense and reference in the constructive setting of the meaning explanations of type theory, extending and sharpening a program–value analysis of sense and reference proposed by Martin-Löf building on previous work of Dummett. I propose a computational identity criterion for senses and argue that it validates what I see as the most plausible interpretation of Frege's equipollence principle for both sentences and singular terms. Before doing so, I examine Frege's implementation of his (...) theory of sense and reference in the logical framework of Grundgesetze, his doctrine of truth values, and views on sameness of sense as equipollence of assertions. (shrink)

Are there different sizes of infinity? That is, are there infinite sets of different sizes? This is one of the most natural questions that one can ask about the infinite. But it is of course generally taken to be settled by mathematical results, such as Cantor’s theorem, to the effect that there are infinite sets without bijections between them. These results settle the question, given an almost universally accepted principle relating size to the existence of functions. The principle is: for (...) any sets A and B, if A is the same size as B, then there is a bijection from A to B. The aim of the paper, however, is to argue that this question is in fact wide open: to argue that we are not in a position to know the answer, because we are not in one to know the principle. The aim, that is, is to argue that for all we know there is only one size of infinity. (shrink)

Ontological pluralism is the view that there are different ways to exist. It is a position with deep roots in the history of philosophy, and in which there has been a recent resurgence of interest. In contemporary presentations, it is stated in terms of fundamental languages: as the view that such languages contain more than one quantifier. For example, one ranging over abstract objects, and another over concrete ones. A natural worry, however, is that the languages proposed by the pluralist (...) are mere notational variants of those proposed by the monist, in which case the debate between the two positions would not seem to be substantive. Jason Turner has given an ingenious response to this worry, in terms of a principle that he calls ‘logical realism’. This paper offers a counter-response on behalf of the ‘notationalist’. I argue that, properly applied, the principle of logical realism is no threat to the claim that the languages in question are notational variants. Indeed, there seems to be every reason to think that they are. (shrink)

Philosophical discussions of Molyneux's problem within contemporary philosophy of mind tend to characterize the problem as primarily concerned with the role innately known principles, amodal spatial concepts, and rational cognitive faculties play in our perceptual lives. Indeed, for broadly similar reasons, rationalists have generally advocated an affirmative answer, while empiricists have generally advocated a negative one, to the question Molyneux posed after presenting his famous thought experiment. This historical characterization of the dialectic, however, somewhat obscures the role Molyneux's problem has (...) played in spawning debates within the empiricist tradition. Fortunately, the differences between various empiricist accounts have been widely recognized and discussed among historians of philosophy working on the topic. The focus of the present essay is to develop an interpretation of John Locke's views on Molyneux's problem that best coheres with his other views on human understanding as well as with the predominant scientific opinion about the nature of perception during the period in which he lived. (shrink)

Scholars agree that Schelling’s critique of Hegel consists in charging reason with an inability to account for its own possibility. This is not an attack on reason’s project of constructing a logical system, but rather on the pretense of doing so with complete justification and so without presuppositions, as if it were obvious why there is a logical system or why there is anything meaningful at all. Scholars accordingly cite the question ‘why is there something rather than nothing’ as emblematic (...) of Schelling’s critique and the source of his claim against Hegel that reason is bounded by something other than itself. But what sort of claim is this? For what sort of argument could it be the conclusion? On these questions, the literature is lacking. I propose that the question ‘why something’ motivates Schelling to give a transcendental argument to the effect that past and future are a priori conditions of the possibility of reason. As I reconstruct it from the Weltalter, this argument construes the past as the pre-rational decision to construct a logical system, while the future represents the purpose that guides the construction of the same. Schelling’s claim against Hegel that reason is bounded by something other is thus the discovery of inescapable presuppositions that condition the possibility of reason as such. (shrink)

Our understanding of Schelling’s internal critique of German idealism, including his late attack on Hegel, is incomplete unless we trace it to the early “Philosophical Letters on Dogmatism and Criticism,” which initiate his engagement with the problem of systematicity—that judgment makes deriving a system of a priori conditions from a first principle necessary, while this capacity’s finitude makes this impossible. Schelling aims to demonstrate this problem’s intractability. My conceptual aim is to reconstruct this from the “Letters,” which reject Fichte’s claim (...) that the Wissenschaftslehre is an unrivalled system. I read Schelling as charging Fichte with misrepresenting a system’s livability or commensurability with our finitude. My historical aim is to provide a framework for understanding Schelling’s Freiheitsschrift, which argues that a system’s liveability depends on its incompleteness or limitation by our finitude. On my reading, Schelling is early and continually committed to systematicity within the bounds of human finitude. (shrink)

Comentario 3° en el marco de la tesis “Un Estudio en Metodología Intertextual y Exegética en Salmo 91” cuanto a mi trato, en aquel entonces, de las fuentes primarias (del testimonio documental) utilizadas asociadas a la referencia salmo 91:12 en favor de la fraseología מוט + רגל. Presentación del fragmento 5 del plato 1032 (b-366315) como siendo la confirmación de la existencia de testimonio documental para la variante conjetural propuesta por mí en la tesis (en el capítulo 4) referente a (...) la tradición observada en salmo 91:12. . . Autor: Anderson Rodrigues de Paula (RG brasileiro MG-15.713.736 y DNI argentino: 95.036.821). Fecha y lugar de la primera aparición del presente comentario: 3/1/2023, en el perfil de Academiaedu del propio autor del comentario (rosario . academia. edu/AndersonRodriguesdePaula). Aunque desde el 31/12/2022, a causa de lo que expongo a continuación, instituciones y revisores han tenido contacto privado con los hallazgos que exhibo en el presente comentario. . . Observación: lo que posibilitó el presente análisis fue la generosidad de Israel Antiquities Authority (IAA) en permitirme tener acceso a imágenes de determinados manuscritos en condiciones no disponibles en The Leon Levy Dead Sea Scrolls Digital Library. En este preciso momento mientras escribo el presente comentario me encuentro ya en el proceso de trámite para obtener el permiso de uso de imágenes y así poder insertarlas en un artículo el cual ya está listo el cual pretendo publicar en el cual expongo con más detalles y gráficamente (mediante las imágenes de los manuscritos) todo el análisis que describo a continuación. (shrink)

This paper presents a recent formalization of a Henkin-style completeness proof for the propositional modal logic S5 using the Lean theorem prover. The proof formalized is close to that of Hughes and Cresswell, but the system, based on a different choice of axioms, is better described as a Mendelson system augmented with axiom schemes for K, T, S4, and B, and the necessitation rule as a rule of inference. The language has the false and implication as the only primitive logical (...) connectives and necessity as the only primitive modal operator. The full source code is available online and has been typechecked with Lean 3.4.2. (shrink)

In this paper we present a philosophical motivation for the logics of formal inconsistency, a family of paraconsistent logics whose distinctive feature is that of having resources for expressing the notion of consistency within the object language in such a way that consistency may be logically independent of non-contradiction. We defend the view according to which logics of formal inconsistency may be interpreted as theories of logical consequence of an epistemological character. We also argue that in order to philosophically justify (...) paraconsistency there is no need to endorse dialetheism, the thesis that there are true contradictions. Furthermore, we show that mbC, a logic of formal inconsistency based on classical logic, may be enhanced in order to express the basic ideas of an intuitive interpretation of contradictions as conflicting evidence. (shrink)

This article proposes a way of doing type theory informally, assuming a cubical style of reasoning. It can thus be viewed as a first step toward a cubical alternative to the program of informalization of type theory carried out in the homotopy type theory book for dependent type theory augmented with axioms for univalence and higher inductive types. We adopt a cartesian cubical type theory proposed by Angiuli, Brunerie, Coquand, Favonia, Harper, and Licata as the implicit foundation, confining our presentation (...) to elementary results such as function extensionality, the derivation of weak connections and path induction, the groupoid structure of types, and the Eckmman–Hilton duality. (shrink)

Kripke [1975] gives a formal theory of truth based on Kleene's strong evaluation scheme. It is probably the most important and influential that has yet been given—at least since Tarski. However, it has been argued that this theory has a problem with generalized quantifiers such as All—that is, All ϕs are ψ—or Most. Specifically, it has been argued that such quantifiers preclude the existence of just the sort of language that Kripke aims to deliver—one that contains its own truth predicate. (...) In this paper I solve the problem by showing how Kleene's strong scheme, and Kripke's theory based on it, can in a natural way be extended to accommodate the full range of generalized quantifiers. (shrink)

Does Kant’s restriction of knowledge to phenomena undermine objectivity? Jacobi argues that it does, daring the transcendental idealist to abandon the thing in itself and embrace the “strongest idealism”. According to Bruno, McDowell and Meillassoux adopt a similar critique of Kant’s conception of objectivity and, more significantly, echo Jacobi’s dare to profess the strongest idealism – what McDowell approvingly calls “consistent idealism” and Meillassoux disparagingly calls “extreme idealism”. After exposing the Cartesian projection on which Jacobi’s critique rests, Bruno (...) shows that McDowell’s and Meillassoux’s critiques make the same projection. He argues that whereas McDowell offers an inconsistent alternative to Kant’s idealism, Meillassoux begs the question against it. Finally, Bruno sketches the account of objectivity that follows from Kant’s distinction between general and transcendental logic. (shrink)

While the idea that philosophy requires self-transformation is historically pervasive, it exerts considerable influence on the post-Kantians who first aim to systematize Kant’s idealism by grounding it on a first principle. In the 1790s, Fichte and Schelling offer competing accounts of the self-transformation that they regard as essential to positing a first principle. Their accounts raise two central questions. First, what makes this kind of self-transformation possible? Second, are there different possible expressions of philosophical self-transformation? In what follows, I will (...) articulate the Fichtean and Schellingian answers to these central questions. For Fichte, the one who summons me to posit a first principle makes possible my philosophical self-transformation, although the latter has an exclusively idealist expression in that I can only genuinely posit the I as first principle, which is to say that philosophical self-transformation depends on mutual recognition and vindicates precisely one philosophical system (Section 1). For Schelling, a brute act of will makes possible my philosophical self-transformation, although the latter has either an idealist or a realist expression in that I can genuinely posit either the I or the not-I as first principle, which is to say that philosophical self-transformation does not depend on mutual recognition and vindicates one of two possible philosophical systems (Section 2). Thus, whereas Fichtean self-transformation is recognitive and non-pluralistic, Schellingian self-transformation is pluralistic and non-recognitive. I conclude with a discussion of how Jacobi poses a challenge to Fichte’s and Schelling’s answers to the two central questions (Section 3). (shrink)

Meillassoux seeks knowledge of transcendental reality, blaming Kant for the ‘correlationist’ proscription of independent access to either thought or being. For Meillassoux, correlationism blocks an account of the meaning of ‘ancestral statements’ regarding reality prior to humans. I examine three charges on which Meillassoux’s argument depends: (1) Kant distorts ancestral statements’ meaning; (2) Kant fallaciously infers causality’s necessity; (3) Kant’s transcendental idealism cannot grasp ‘the great outdoors’. I reject these charges: (1) imposes a Cartesian misreading, hence Meillassoux’s false assumption that, (...) for Kant, objects don’t exist without subjects; (2) misreads Kant, who infers causality’s necessity from the possibility of experience; (3) casts Kant’s idealism as subjective, ignoring his perspectival portrayal of it. (shrink)

Il existe de nombreuses sources d’exigences. Certaines exigences sont normatives dans la mesure où elles impliquent des affirmations concernant ce que nous avons raison de croire, faire, désirer, etc. À ce titre, les exigences morales sont parmi les meilleures candidates. Si la morale exige que l’on tienne notre promesse, il semble que nous avons une raison de la tenir. Cependant, ce ne sont pas toutes les exigences qui sont normatives en ce sens. Le catholicisme exige que l’on assiste à la (...) messe chaque dimanche. Il ne s’ensuit pas pour autant que nous avons une raison d’y assister. Pourquoi cela? Pourquoi certaines exigences sont normatives en ce sens, mais pas d’autres? En vue de répondre à cette question, je défends la conception reasons-sensitive des exigences normatives, selon laquelle les exigences normatives sont celles et seulement celles qui sont sensibles aux raisons. Par contre, cette conception n’est pas la seule disponible. Selon ce que j’appelle la conception reasons-providing, les exigences normatives sont celles et seulement celles qui fournissent des raisons. Je soutiens que cette conception-ci est vulnérable à deux objections, ce qui nous donne raison de préférer la première. (shrink)